quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Pensamento Filosófico Kierkegaardiano



O Pensamento Filosófico
• Todo o pensamento de Kierkegaard parte de sua experiência pessoal, e é desenvolvido a partir do seu íntimo. Esta é uma escolha do pensador por si próprio.
• Três episódios que aconteceram em sua vida foram algo que marcou toda sua existência e a sua obra: O primeiro foi a relação do pecado do pai; o segundo o rompimento do noivado com Regine Olsen; e o terceiro foi a luta contra o cristianismo oficial de seu país. Apesar de Kierkegaard ter experimentado os valores da tradição ou da “moda” filosófica da sua época, ele preferiu desenvolver o seu pensamento levando em consideração a sua experiência, pois é nela que ele encontra elementos considerados como importantes para o seu pensamento.
• Não existe uma ordem lógica nos escritos kierkegaardiano, pois seus escritos não partem de premissas formuladas. Logo que ele não é um pensador sistemático, ao contrário, ele é um inimigo irreconciliável do sistema, ele é altamente assistemático. Sua doutrina é nitidamente religiosa, que tem como reflexão o problema da religião e do modo de viver do cristão.
• Sua filosofia tem como um dos principais objetivos analisar o indivíduo enquanto existente.
• Se a verdade é pura subjetividade, encontraremos assim a verdadeira existência através dos sentimentos, pois isso acontecerá por meio de um profundo mergulho dentro de si próprio. Para Kierkegaard, a verdade cristã não é uma verdade que deva ser demonstrada, mas uma verdade que deva ser testemunhada.
• Seu pensamento baseia-se em sua cultura incomum e em seus sentimentos profundos. Assim é através de si e de seus problemas que Kierkegaard encontra explicação para sua existência. Ele percebe que não só basta analisar o conteúdo da consciência para se encontrar aí uma filosofia da existência.
• Ressalta que também tem que ter idéias, pois é por meios dessas idéias que se estabelece uma dialética. Kierkegaard chega através desta dialética a perceber os estádios da existência que são eles maneiras de viver. O estádio estético, estádio moral ou ético e estádio religioso. Em cada estádio existe uma característica que é próprio de cada um.
• O problema central de sua filosofia é o indivíduo, e ele afirma que só por meio da fé é que pode resovê-lo.
• O que vem a ser um traço para o pensamento de Kierkegaard é o duelo existente entre filosofia e religião ou razão e fé em nome do indivíduo. Pois somente a religião pode justificar e garantir a existência do indivíduo, enquanto pessoa.
• Kierkegaard vem criticar e decretar a falência da filosofia, pois a mesma se identifica como “uma” filosofia, e essa é em especial a hegeliana, a qual estava no auge. A filosofia só é aceita, segundo Kierkegaard, desde que ela se afirme como expressão de existência. Ele leva ao extremo o combate que traça com Hegel. Ele declara que o sistema despreza e aniquila o indivíduo.
• Quanto a metafísica de Hegel, Kierkegaard tinha objeções a respeito de sua formulação.
• Kierkegaard na A Apostila Conclusiva não Científica demonstra de forma mais clara a sua aversão pela filosofia especulativa catedrática, no que se refere aos professores do pensamento objetivo, e que são indiferentes com a relação ao indivíduo. Ao contrário da filosofia do pensamento objetivo, a filosofia do pensamento subjetivo tem como base central o conceito de interioridade, para dizer que a princípio a verdade é subjetiva, ou melhor, que a verdade pertence ao indivíduo e apenas a ele. Para Kierkegaard, o pensador especulativo procura a verdade objetiva e acaba perdendo a si mesmo, pois ele entenderá tudo, mas exceto uma coisa, a si mesmo. Ao contrário do indivíduo que vive voltado para sua interioridade, que conhece a si mesmo e goza do privilégio de saber que existe.
• Para o nosso filósofo o que importa é encontrar uma verdade, a verdade subjetiva, a verdade que é nossa, que é exclusivamente do indivíduo, e não a verdade objetiva. Para ele o importante é que a verdade seja acolhida por mim, para que eu possa usa-lá como princípio de vida, e não apenas conhecê-la. A verdade vem a ser a própria existência do indivíduo, na sua realidade singular e incomunicável.
• O que mais caracteriza a filosofia de Kierkegaard é a fé, ela se torna ponto fundamental na construção de sua filosofia. Pois para ele a fé constitui o verdadeiro caminho para a existência concreta do indivíduo. Deus constitui na vida do indivíduo a única fonte que poderá vir arrancá-lo do deserto, da angústia e da alienação. No seu pensamento, o desespero e a angústia caracterizam o indivíduo existente.
• Assim, todo seu pensamento filosófico é voltado para uma análise existencial do indivíduo. Para Kierkegaard a filosofia só é aceita quando ela se afirma unicamente como expressão da existência. Conclui-se que o pensamento kierkegaardiano consiste na escolha e que a tarefa de todo homem é optar a favor ou contra sua existência, vendo assim a sua existência dentro dos estádios existenciais.

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